Eloi S. Garcia é pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, ex-presidente da Fiocruz e assessor do Inmetro. Artigo enviado pelo autor ao “JC e-mail”:
Nos últimos eventos científicos que participei, várias pessoas ressaltaram, de maneira clara e inteligente, as qualidades que um cientista brasileiro deve possuir nas áreas de gestão, educação, criação, inovação e orientação, bem como revelaram a paixão contagiante que o cientista deve possuir pelas suas ideias, e pela transferência do conhecimento aos seus discípulos.
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Ficava muito claro naquelas reflexões que a ciência e a educação se demonstram fazendo, como as palavras que signifiquem mais do que significam no dicionário. A ciência e a educação devem ser originais, da atualidade que se revelam nos experimentos e nas salas de aula onde se deve aprender a saber mais, e não a saber menos.
A ciência e a educação não pretendem salvar o mundo, mas tem a capacidade de transformação social com a qual as pessoas compartem sua vida com colegas e amigos e abrem espaços de reflexão que se estendem a cultura geral.
Cientistas e educadores podem servir como um belo exemplo. Mas não é fácil reproduzi-lo. Não se cristaliza uma fórmula para poder imitar um cientista ou um professor.
Os grandes cientistas e professores são sempre únicos e abrem os olhos e os ouvidos de outros cientistas e orientadores, dão o rumo, norteiam, mas não ensinam o caminho.
Mas o caminho é único, está aí, e é de cada um que tem que acreditar em seus próprios olhos e passos. Esse caminho não é um tema nem um momento. É o que condiciona a aproximação ao tema e o associa aos momentos.
Nessa reflexão podemos chegar à conclusão que há ciência e a educação da atualidade que são conservadoras. Também existem ciência e educação futuristas que parecem antigas, coisas do passado.
Mas também aparecem à ciência e educação do passado que discutem problemas do presente e do futuro.
Fazer ciência e ensinar sem se apaixonar não é fazer ciência ou ser professor. A razão de se apaixonar é devido à mesma fascinação que o futuro nos dá: não podemos saber como ele será. Mas dá para imaginar um país onde a juventude bem educada construa seu futuro.
A ciência e educação são quase sempre surpresas para o cientista e o professor. E os fazem buscar sempre uma nova identidade. Mas, o problema é que eles não têm somente uma identidade. Eles possuem várias: uma identidade nacional, uma identidade internacional, uma identidade ética – que não é menos importante – uma identidade cultural e muitas outras.
E isso nos faz acreditar que a ciência e o ensino não têm pátria – ora, quem pode tê-la são os cientistas e os professores – e não tem fronteiras – a não ser os limites éticos.
Os cientistas e os educadores têm a obrigação de apresentar o conhecimento para o mundo e ao expô-lo, abrir as janelas da liberdade de pensar e nos ensinar a pensar por nós mesmos.
A ciência e o ensino nos levam a criticar o sistema educativo, a percepção social deste, e defender mudanças urgentes na educação básica e universitária. Valores educativos como, por exemplo, os valores do estudo, do ensino, da exigência, da aprendizagem e da inovação devem ser intensificados.
Aprender, estudar, ensinar, fomentar a criatividade e habilidades necessita de esforços e exigências. Estes não são valores de uma sociedade tradicional, são valores de uma sociedade empreendedora, que não quer perder seus talentos.
A ciência e educação não são patrimônios de ninguém. São bens públicos e dar-lhes uma dimensão social integrada é nossa obrigação. Todos têm o direito a elas.
(Jornal da Ciência)
Postado por: Profª. Rosângela Viana.
Um comentário:
É impossível não falar de Ciências pois é nossa própria vida. Eloi S.Garcia é um exemplo de cientista brasileiro que brilha e serve para mostrarmos aos nosso alunos a importância de estudar Ciências. Linda postagem!
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