EDUCANDO A RAZÃO E EMOÇÃO
Um poeta olha pela janela e observa a chuva, o frio, calor e todas as estações do ano e vê em cada novo dia novos versos se fazendo poesia. De igual modo, o professor deve ver seus alunos como um ser em constante transformação, valorizando suas especificidades.
Enquanto alguns têm facilidade para aprender, ver a beleza das letras e sua sonoridade, outros se debruçam com olhar atento para decodificar esse grande desafio que lhe é proposto. O aprendizado deve ser uma ação em que o professor lança as ferramentas e estimula, mas é o aluno quem deve edificar o conhecimento.
O socioconstrutivismo surge nesse contexto, ampliando a visão do professor para que ele fuja do ensino tradicional, no qual a criança é adestrada como um “bichinho” que não traz consigo conhecimentos anteriores à fase escolar. Propõe a construção do saber valorizando a realidade e a relação dos alunos com a família e em sociedade.
Rubem Alves diz que há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Refletir a prática e repensar a educação torna-se cada vez mais urgente e inquietante, afinal, o que queremos fazer com nossas crianças? Engaiolar ou dar-lhes asas para que voem e sejam críticas, com opiniões formadas sobre si mesmas, sobre a comunidade, sua escola, família e sobre o mundo? Não há limites para nossos alunos se eles percebem no professor coragem. Segundo Rubem Alves, a coragem para voar já nasce dentro do pássaro, não podendo ser ensinado, mas encorajado.
A educação traz emoção à medida que professor e aluno colocam-se em posição vertical em que as trocas de experiências vão criando significado a cada dia. Se formos professores apaixonados pela educação conseguiremos ver em cada rosto uma projeção do futuro sendo esculpida corajosamente no presente. A sala de aula não precisa ser um peso, mas uma experiência amorosa e gratificante.
Educar para sensibilidade é essencial e como educadora ouso escrever esse texto problematizando e levantando questões pertinentes sobre a prática educativa. Estamos no século XXI e muitos professores ainda tratam seus alunos como se nada soubessem, desvalorizando sua vivência. Educar é poesia, é ver no outro muito mais do que nossos olhos podem ver mergulhando na criança e fazendo com que perceba sua potencialidade.
Mergulhe no universo da educação para a sensibilidade e seja cúmplice do seu aluno revelando propostas para estreitar os laços onde ele perceba em você um incentivador. Vamos ser prudentes, pois não estamos em contato com máquinas e, sim, com crianças que choram, se emocionam e até se frustram mesmo que não saibam ainda definir o que sentem. O afeto pode revelar um caminho para o sucesso em sala de aula, mostrando-se eficiente e significativo.
Luciana Bruder é acadêmica de Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina. Contato: lubruder@hotmail.com .
(FONTE: JORNAL VIRTUAL PROFISSĂO MESTREProfissăo Mestre – Ano 7 Nº111 – 03/04/2009 - www.profissaomestre.com.br )
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